A epilepsia pode evoluir de maneira catastrófica manifestando-se com crises refratárias e de difícil controle mesmo com diversas terapias medicamentosas. As crises podem culminar com estado de mal epiléptico, degradação do estado de consciência, encefalopatia (com dano cerebral definitivo) e morte súbita (ela é um fator de risco para uma condição descrita como SUDEP : Morte súbita inexplicada em paciente epiléptico). A terapia medicamentosa é a base do tratamento, porém ela pode não ser eficaz ou mesmo não bem tolerada. Neste caso, tratando-se de uma epilepsia fármaco-resistente, podemos discutir a terapia cirúrgica, a depender do paciente, das características das crises e das possíveis etiologias.
A cirurgia de epilepsia consiste em ressecar a lesão cerebral responsável por desencadear as crises.
As lesões podem ser originárias do curso do desenvolvimento cerebral (Displasias corticais focais, hemimegalencefalias), tumorais benignas (Gangliogliomas, DNET), vasculares (Acidente Vascular Isquêmico perinatal) ou progressivas (Síndrome de Sturge Weber e Encefalite de Rasmussen)
Dentre as intervenções possíveis, as mais aplicadas são:
2) Ressecção de lesões epileptogênicas (lesionectomia ou lobectomia)
- Lesões de origem no hipocampo e lobo temporal
- Lesões epileptogênicas extra-hipocampais
3) Cirurgia de desconexão – Hemisferotomia Funcional
Saiba mais:
- Dwivedi R et al. Surgery for Drug-Resistant Epilepsy in Children. N Engl J Med 2017; 377:1639-1647. doi: 10.1056/NEJMoa1615335
- Miller JW, Hakimian S. Surgical treatment of epilepsy. Continuum (Minneap Minn). 2013;19(3 Epilepsy):730-742. doi:10.1212/01.CON.0000431398.69594.97
- Ramey WL, Martirosyan NL, Lieu CM, Hasham HA, Lemole GM Jr, Weinand ME. Current management and surgical outcomes of medically intractable epilepsy. Clin Neurol Neurosurg. 2013 Dec;115(12):2411-8. doi: 10.1016/j.clineuro.2013.09.035. Epub 2013 Oct 11. PMID: 24169149.
- Elliott CA, Broad A, Narvacan K, Steve TA, Snyder T, Urlacher J, Wheatley BM, Sinclair DB. Seizure outcome in pediatric medically refractory temporal lobe epilepsy surgery: selective amygdalohippocampectomy versus anterior temporal lobectomy. J Neurosurg Pediatr. 2018 Sep;22(3):276-282. doi: 10.3171/2018.4.PEDS17607. Epub 2018 Jun 22. PMID: 29932370.
- Kees P. J. Braun & J. Helen Cross (2018) Pediatric epilepsy surgery: the earlier the better, Expert Review of Neurotherapeutics, 18:4, 261-263, doi: 10.1080/14737175.2018.1455503
Aviso: As informações expressas são apenas de caráter informativo. São baseadas em estudos científicos e experiência clínica. Os resultados não são necessariamente presentes em todos os indivíduos. Autotratamento não é recomendado. Para a melhor escolha do tratamento, é fundamental a consulta com o especialista.
